terça-feira, 26 de julho de 2011

TIA ELZA !


Esta semana estou muito saudosista.  Relembrei músicas, situações e pessoas.
Há tanta coisa boa no fundinho destas recordações que vieram á tona para me presentear com lembranças deliciosas.
Está friozinho por aqui e me deu uma vontade enorme de comer canjica, chocolate quente, bolos e doces e aí...não teve como segurar. As lembranças da minha doce e generosa Tia Elza vieram com força.  Sempre assentadinha perto do fogão a lenha, fazendo os mais deliciosos doces cristalizados que se pode imaginar.  As frutas escolhidas com o carinho de uma mãe afagando um filho, a delicadeza ao mexer o tacho de cobre e o olhar orgulhoso de seus quitutes. Como cozinhava bem! Impossível passar por lá e não ter uma couve rasgadinha com feijão, angu e arroz feitos no calor de seus braços e do fogão a lenha.  Mas seu orgulho maior eram os filhos e suas conquistas. Era muito lindo escutá-la dizer: “Maria da Graça ta estudando muito. A minha filha é muito inteligente! e Du Carmo? É a melhor mãe que eu conheço. Kiko ta cada dia melhor e me orgulho muito dele. José Luiz é muito querido onde trabalha e Fátima é uma excelente funcionária das Pioneiras Sociais. Todos eles são muito esforçados, inteligentes e queridos por todos”, e ela estava absolutamente certa. Com uma ênfase e uma emoção na voz que só quem a conheceu é capaz de entender.
Nas férias da adolescência e nos finais de semana nos juntávamos todos na sua chácara. Era jogo de buraco o dia todo valendo as cervejas e tira gostos que consumiríamos a noite. Era tanta gente passando por lá que com toda certeza não seria capaz de me recordar de todos. Mas havia também os “namoradinhos” e as rodas de viola. Em julho tinha uma festa junina  D E L I C I O S A . Esperávamos o ano todo para este dia. O frio era grande e o “Pai” fazia uma fogueira enorme onde nos aquecíamos até altas horas, e lógico cantando e comendo (Será que eram tão altas? Talvez até ás 10 da noite mas, nos parecia madrugada). Nossas famílias ficavam absolutamente tranqüilas quando estávamos lá pois, sabiam que estávamos protegidas e cuidadas.
Tia Elza não perdia a oportunidade de dar um bom conselho sem ser desagradável ou chata, muito pelo contrário, ela sabia até das nossas briguinhas de namorados e intervinha e tudo acabava muito bem.
Lembro bem o  dia que levei meu filho, Allan para conhecê-la. Calada e com lágrimas nos olhos ela o abraçou longamente e disse a ele: “eu sou a sua vovó Elza, ta bom?” ele caiu de amores por ela e, quem não cairia? Um dia ela lhe deu bolacha com manteiga de amendoim que ele começou a chamar de doce preto e eu podia comprar onde quer que fosse e de que marca fosse que ele me dizia: “a da minha vó Elza é mais gostosa.”
É mesmo, as coisas de Vó Elza eram muito mais gostosas. Não dá pra imaginar alguém fazendo doces de figo,laranja da terra, abóbora, queijadinhas, amor aos pedaços , empadinhas com sabor iguais ao dela, era imbatível.
Ainda bem que a memória guarda sabores, aromas e emoções. Tia Elza só pode ser descrita com as palavras amor e generosidade. Saudade enorme...Mas ela está no lado quentinho do meu coração, tal qual o seu inseparável fogão de lenha.

Um comentário:

  1. Legal a reportagem da "Tia Elza", vou colocar no meu FACEBOOK, pq tbm tenho recordacoes inesqueciveis dela. obrigado.

    Luiz Mauro da Silva Gomes

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